RENDA - Fruto é fartamente colhido e vendido na região assegurando renda às famílias: safra vai até o final do ano
Considerado um dos símbolos culturais e gastronômico de Goiás, o pequi vem ganhando cada vez mais espaço e conceito na economia goiana. Com o início da temporada de colheita e comercialização do fruto, que vai de setembro até dezembro, centenas de famílias, que realizam a extração do fruto, passam a ter um ganho extra enquanto durar a colheita.
Sendo o terceiro estado que mais produz pequi, atrás apenas de Minas Gerias e Tocantins, pode-se dizer que o fruto é um patrimônio da região da norte, onde a cidade de Santa Terezinha de Goiás é a segunda maior produtora no estado, seguida por Campos Verdes e Crixás.
De acordo com pesquisa do IBGE, referente a dados consolida- dos do ano passado, a extração do produto em Goiás avançou mais de 10%, chegando a 2.582 toneladas. Bastante comum nas áreas do Cerrado brasileiro, o seu consumo ocorre num verdadeiro leque: no arroz, em molho, com frango, em doces, sorvetes, licores e em conservas. Considerado de ótima qualidade, com alto teor de polpa, o pequi goiano chega as mesas de consumidores de cidades da região, além de Goiânia, Brasília e até mesmo de outros estados.
Conhecido como o Rei do Pequi, em Santa Terezinha de Goiás, o senhor Oraci Alves Machado diz que comercializou ano passado cerca de dez mil caixas do fruto ao custo de 35 reais. Para este ano, segundo ele, os preços devem se manter, no entanto, a colheita pode ser menor, em decorrência da pouca chuva, do desmatamento de áreas e incêndio. Mesmo assim, senhor Oraci comemora a época de colheita do fruto, que é feita de forma artesanal, gerando uma oportunidade de ganhos extras para centenas de famílias da região.
A venda do produto gera renda e emprego no município, movimentando toda cadeia econômica da cidade. Quem viaja para a região, percebe o grande número de pessoas comercializando o produto às margens da rodovia, que varia de R$ 15,00 a R$ 30,00 dependendo da quantidade. O dinheiro advindo da venda do pequi é uma renda extra, que incrementa e ajuda nas despesas do lar.
De acordo com o senhor Oraci, tendo o fruto, o dinheiro é certo.
"Em algumas horas de trabalho por dia, recolhendo o fruto no Cerrado é possível encher até 20 caixas do produto", afirma. "Não tem muito trabalho para recolher o pequi, já que o fruto cai quando maduro e aí é só recolher e depois expor ele na rodovia, que logo, logo é comercializado", revela o pequeno agricultor.
"A pesquisa do IBGE indica que, além da relevância gastronômica e cultural, o pequi ganha cada vez mais importância na economia local", diz o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça. Ele ressalta que o fruto é tema de pesquisas da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), entre elas a de uma variedade sem espinhos.
Fonte: Diário do Norte
Foto: Lanuzio Vicente